21.6.07

Diário de bordo



Quando se inicia uma viagem não se sabe bem onde vai dar. Os mapas, os planos, a bússula; são caminhos a serem percorridos, mas o real destino é sempre incerto. Somos levados por uma conjunção de fatores, Mercúrio, Vênus, Saturno, Sol, Marte, o Vento, as marés, o cheiro, o tato, os sons, o desejo de seguir viagem, de ir fundo, de pisar em terra firme, tudo junto. Bagagens pesadas, leves intuições e uma imersão intensa neste marulhar sem fim.

Quando começamos esta viagem era um jogo, personagens, zonas perigosas, sussurros de floresta, mar e terra. Aos poucos fomos ganhando o corpo, pesquisando, desenhando, sentindo, reconhendo-nos. De repente roupas, imagens tantas, jóias, traços, tesouros todos e profundezas...

Guardiões surgirão por todas as partes, de todas as direções, monstros e demônios tornaram-se protetores e o tesouro ainda mais valioso. A maré começou a aumentar, os Ventos soaram agudo. Instantes de suspiro acompanhados de um certo temor: seguiremos juntos? A tripulação se fortalece, marujos a postos, surgindo nos mastros, na proa, hasteando bandeiras piratas.

Tudo reunido, malas prontas a desembarcar, Rua Sergipe 768 e um presente: no bat horário chegava vestido de majuro, camiseta listrada, bandana vermelha, um baú, uma bandeira e uma bússula. O tempo parou por um instante, estávamos ali em plena tempestade juntos, procurei o mastro, recuperei a respiração e segui viagem, estávamos fundo. La Bucanera finalmente encontrara El Tiburon e juntos puderam desbravar as profundezas sem medo, com a força de um traço firme e confiante de si, valorizando e surpreendendo-se a cada conquista.

Para mim um segredo sem nome e um tesouro sem preço, jóia rara. Ao meu irmão Felipe...

Com todo amor, luz e força

La Bucanera

Um comentário:

Flavio Machado de Oliveira disse...

o meu coração é um corsário que, de nó em nó, o vento amarra no mar. E o mar, mistério oculto e dinâmico dos desígnios de Deus, forja os naufrágios de que me nutro.